terça-feira, 13 de novembro de 2007

Microsoft desenvolve tradutor de documentos para cegos


FRANKFURT (Reuters) - A Microsoft e o consórcio de audiobooks DAISY estão trabalhando juntos numa ferramenta que permitirá aos deficientes visuais a traduzir documentos do Microsoft Word em padrões de áudio digital.

As duas organizações afirmaram nesta terça-feira que a colaboração tem como objetivo a produção de um programa gratuito de tradução de documentos escritos em Open XML --o formato padrão de arquivo para documentos do Microsoft Office 2007-- para o formato DAISY XML.

O arquivo DAISY XML poderia então ser processado para produzir áudio digital e outros formatos de exibição. A expectativa é de que o programa plugin esteja disponível no início de 2008.

O consórcio sem fins lucrativos DAISY (Digital Accessible Information System), com sede em Zurique, foi formado em 1996 por bibliotecas de audiobooks para ajudar na transposição de livros de áudio do formato analógico para o digital, e adotou um padrão livre com base em formatos de arquivos de Internet.

Entre seus membros estão o Serviço de Biblioteca Nacional dos Estados Unidos para Cegos e Portadores de Deficiências Físicas, a Organização Espanhola para Cegos e a Biblioteca em Braile da Coréia.

A Microsoft está em campanha para ter seu formato de documento Open XML aprovado como padrão internacional, o que ajudaria a empresa a ganhar aceitação de organizações do setor público.

A companhia não conseguiu a maioria necessária em setembro numa votação da Organização Internacional para Padronização (ISO), particularmente devido à preocupações de que o formato não seja realmente livre, mas apenas uma tática para prender o usuário em uma tecnologia.

Um grupo da ISO irá se reunir novamente em fevereiro para tentar chegar a um consenso, o que dá à Microsoft mais tempo para angariar votos.


Fonte: Reuters Brasil
http://br.reuters.com/article/internetNews/idBRN1355158520071113

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Despertar o prazer da leitura (Ceará)


Ações promovidas por ONGs, escolas e comunidades fazem da leitura uma ação transformadora

A educação é apontada como a solução milagrosa para todos os problemas do Brasil, sobretudo os ligados à violência. No entanto, no Ceará, mais de 1,7 milhão de pessoas não sabem sequer ler e escrever, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os projetos do governo alfabetizam e as crianças estão em sala de aula, mas são poucas as que conseguem entender o que um aglomerado de palavras — que chamamos de texto — significa. Essa deficiência faz com que a leitura não seja uma atividade prazerosa.

O futuro do Brasil depende da formação de leitores, não leitores funcionais; de placas de ônibus e bulas de remédio, e sim de leitores que saibam avaliar histórias, artigos, resenhas, enfim, qualquer gênero textual e usá-los no cotidiano. Para ocupar esse vácuo deixado pelas escolas, a sociedade civil tomou para si a responsabilidade de despertar o prazer da leitura nos mais de 326 mil jovens cearenses entre oito e 29 anos que não dominam a escrita.

Nascem assim as bibliotecas comunitárias. Espalhadas pelas periferias da Capital, elas mudam a realidade de pobreza e exclusão em que vivem milhares de crianças e jovens. “Eu aprendi a ler de verdade na biblioteca. Antes, eu só olhava as figuras, agora entendo o livro todo. Minhas notas até melhoraram no colégio”, conta Antônio Márcio Bezerra de Lima, de 15 anos. Eles e mais outras 80 crianças do bairro Bela Vista freqüentam todo os dias a biblioteca comunitária Mary Mona Kelly.

Com os livros nas mãos, eles se tornam herdeiros de um legado imaterial dominado por uma nobreza intelectual brasileira. “Através da leitura, aprendem a ser cidadãos”, diz a coordenadora da Biblioteca, Maria das Graças Raulino da Silva. Há quatro anos, a pequena biblioteca surgiu como uma iniciativa para tirar os meninos e meninas da ociosidade. Com a ajuda financeira e pedagógica da Organização Não Governamental canadense “I Can Foundation”, o espaço se tornou o orgulho da comunidade.

A diretora executiva da ONG canadense, Jacquie Rashleigh, explica que mais outras duas bibliotecas comunitárias são mantidas em Fortaleza com as doações trazidas do Canadá. As outras duas unidades funcionam no Pirambu, na comunidade Terra Prometida, e no Planalto Pici. Além do acervo para consulta e empréstimo, as instituições realizam outras atividades educacionais e culturais com as crianças dos bairros e oferecem lanches durante as atividades, uma forma de garantir a permanência e concentração dos pequenos.

Há ainda outras iniciativas semelhantes nos bairros Messejana, com a Biblioteca Gaivota e no Conjunto Ceará, onde estudantes do Curso de Ciências da Informação da Universidade Federal do Ceará (UFC) estagiam. Este ano, mais duas bibliotecas comunitárias foram inauguradas, uma no Parque Genibaú e outra no Carlito Pamplona, como parte do projeto “Eu gosto de ler”, organizado pela vereadora de Fortaleza, Fátima Leite.

De acordo com a vereadora, outras seis comunidades manifestaram o desejo de ter um equipamento com livros didáticos e paradidáticos que possam conquistar mais jovens para o mundo das letras. Mais do que locais onde estudantes e a população, de modo geral, podem pegar livros na forma de empréstimo, as bibliotecas comunitárias consistem em espaços para reforço escolar e transformações sociais.

A vida de Francisco Gael Alves Pereira é outra depois que ele começou a ir para a biblioteca Mary Mona Kelly. “Antes eu vivia na rua e não era bom aluno. Hoje, eu gosto de ler e já li 20 livros este ano”, conta o menino. Os romances e histórias fantásticas são o grande atrativo da criançada, que depois envereda pela história e geografia do País, sempre descobrindo mundos novos.

HISTÓRIAS ENCANTADAS

Contato com os livros deve começar antes da alfabetização

O gosto pela leitura pode ser estimulado desde cedo, quando mal as crianças saem do berço. Com o ouvido atento, os pequenos escutam as histórias de fadas, bruxas e castelos encantados com admiração e assim têm o primeiro contato com o mundo da literatura. A participação da família é decisiva nesse processo, pois com a ajuda dos pais a leitura deixa de ser obrigatória e se torna um programa de família, passando a fazer parte do cotidiano das crianças.

O contato com a leitura deve começar antes do processo de alfabetização. Como explica a psicopedagoga Ana Ásia Almeida, no período de zero a seis anos de idade, a leitura é tratada de forma auditiva com as crianças. “Elas escutam, olham as imagens e imaginam as histórias”, observa. Na escola da rede privada em que ela atua como coordenadora pedagógica, desde muito cedo a leitura é estimulada com os alunos.

Eles participam de situações sociais de leitura e escrita. Uma dessas situações é a leitura de fim de semana. Na sexta-feira, as crianças levam um livrinho para casa e os pais devem ler a história para eles. Essa leitura, afirma a psicopedagoga, deve ser descompromissada, sem o peso de uma atividade pedagógica da escola. “Atrelar a leitura a um trabalho da escola é errado”, frisa Ana Ásia.

Aos pais, cabe não apenas ler o conteúdo do livro, mas narrar essa história, fazendo uma dramatização que envolva o filho no mundo de fantasia da história, a ponto deste se sentir parte dela. “As crianças se tornam quase um co-autor da história. Elas predizem os eventos e tendem até a mudar o final”, observa a coordenadora pedagógica. Além disso, a leitura das fotos é muito importante. Descrever as cenas ajuda as crianças a compreender o livro e a ter um senso crítico.

Mas os pais não devem esperar apenas pela iniciativa da escola para manter uma situação social de leitura. Há muitos títulos infantis que podem ser adquiridos e trabalhados em casa de modo a estimular a leitura. Ana Ásia aconselha os pais a comprar livros atrativos, de tamanho grande, com imagens coloridas e que deixem transparecer uma certa harmonia visual.

Em relação ao conteúdo, as histórias clássicas, como “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve” e “Os Sete Anões” e “Cinderela”, são mais indicados para meninos e meninas depois dos quatro anos de idade. Antes disso, são preferíveis histórias com animais que já fazem parte do repertório cultural dos pequenos leitores.

A leitura ganha contornos lúdicos com a adição de canções, dramatizações e uso de fantoches. O mundo da literatura já é atrativo por despertar a capacidade de imaginar nos adultos e para a meninada ele é um convite à fantasia e à brincadeira. “A criança vive em um mundo imaginário e a literatura combina com isso, a leitura passa a ser então um desafio gostoso”, avalia a psicopedagoga Ana Ásia.

CASA DO CANTADOR

Acervo privilegia a literatura cearense

Michele de Sousa Araújo sai todos os dias do Álvaro Weyne para estudar na biblioteca da Casa do Cantador, no Carlito Pamplona. Ela e os amigos já criaram o hábito de ir todos os dias ao local para fazer as tarefas escolares e depois das lições, entre uma prateleira e outra, encontram uma história que ainda não conheciam ou uma poesia popular que ainda não tinham lido.

Reinaugurada com um acervo maior em julho deste ano, a biblioteca faz parte do projeto “Eu gosto de ler”, coordenado pela vereadora Fátima Leite, e já conta com um acervo que privilegia a cultura e produções locais, com destaque para os cordéis e livros raros, que não podem ser encontrados nas livrarias da Cidade.

“Tudo isso é pela cultura e pelas crianças”, frisa o diretor da Casa do Cantador, Dimas Mateus, também poeta popular. A biblioteca conta com 22 voluntários, que se dedicam a cuidar dos livros e das crianças. “Nosso desafio é estreitar os laços com as crianças para que elas leiam cada vez mais”, afirma a comerciante Tânia Lima do Nascimento, voluntária.

Por enquanto, a biblioteca não está trabalhando com empréstimos, pois ainda estão em processo de catalogação do acervo, explica Roosewelt Lins da Silva, bibliotecário responsável pelo projeto. Ele observa que o modelo de bibliotecas comunitárias está se expandindo rapidamente no Ceará, mais até que em outros Estados do Nordeste.

Essa demanda, frisa Roosewelt Lins, mostra a necessidade de investimentos em políticas de incentivo à leitura. Por conta disso, no próximo dia 20, será realizado o I Seminário de Incentivo à Leitura, no Auditório da Câmara Municipal de Fortaleza, que tem como objetivo discutir a prática de leituras em Fortaleza.

Artigos nobres, mas perigosos

NAIANA RODRIGUES
naiana@diariodonordeste.com.br

A deficiência de leitura dos brasileiros não deriva da concorrência do livro com os meios eletrônicos. Ela está na raiz da formação do Brasil como Estado-Nação. A entrada dos livros no período colonial só foi permitida no ano final do século XVIII. Apesar da proibição, eram trazidos ilegamente da Europa e comercializados no mercado negro. Essa barreira significava uma estratégia do processo de colonização, pois a leitura de obras iluministas poderiam insuflar revoluções. Por conta desse poder, os livros sempre foram uma ameaça aos governos autoritários. Na Alemanha nazista, milhares de livros que se opunham ao pensamento do Füher foram queimados em praça pública, o que é uma afronta à história da humanidade. No entanto, mesmo em tempos de “democracias”, o livro ainda enfrenta resistências. Desta vez, provocadas pelas leis de mercado, que fazem deles artigos de luxo. Se são muitos os analfabetos funcionais no Brasil, poucos são aqueles que têm condições financeiras de adquirir livros, seja para o estudo ou para o deleite. O livro continua sendo um artigo da nobreza, da classe hegemônica, portanto, iniciativas de bibliotecas comunitárias e grupos de leitura são uma prova de resistência e de autonomia.

Hábito de ler é essencial para a escrita

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
JOSÉ LEMOS MONTEIRO *
jolemos@unifor.br

A importância da leitura se torna consensual a partir do princípio de que alguém só adquire e desenvolve a habilidade de escrever se aprender a ler. São dois processos solidários: ninguém aprende a escrever bem se não for um bom leitor. A leitura também é uma condição essencial para que o aluno entenda um texto.

Se ele não tem o hábito de ler, não vai ter referenciais para entender o conteúdo daquilo que está escrito. É essa incapacidade de compreender os significados de um livro ou de um texto qualquer que compõe o quadro do analfabetismo funcional.

O leitor consegue ler o texto, mas não tem referenciais para compreender os significados dele. Uma outra conseqüência do hábito de ler é a abertura para o aprendizado. Para que o aluno aprenda, ele precisa ter a capacidade de compreender os ensinamentos do professor. Primeiro ocorre a apreensão das idéias, segundo a compreensão e a terceira fase é a aprendizagem em si.

A leitura está, pois, diretamente inserida nesse processo. Hoje, com outros meios de comunicação mais ágeis não há muita motivação para a leitura. Mas a escola pode mudar isso utilizando certas estratégias, uma das quais a de possibilitar de que o aluno tenha acesso a textos de boa qualidade literária que, sem dúvida, constituem um instrumento de prazer.

Se a escola apresentar textos pobres e inexpressivos, não irá motivar o aluno. Esse trabalho deve começar nas séries iniciais, para que o aluno não acumule deficiências ao longo do tempo e chegue à Universidade sem querer ler.

* Professor do Curso de Letras da Unifor

Naiana rodrigues
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste
http://diariodonordeste.globo.com

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Terminal de ônibus ganha biblioteca em Santa Catarina



Ler um livro enquanto se espera pelo ônibus, emprestá-lo sem data marcada para devolver, ter acesso a uma biblioteca aberta 24 horas. Todas essas facilidades estão acessíveis às pessoas que circulam pelo Terminal Integrado de Santo Antônio de Lisboa, no Norte da Ilha, desde ontem, graças à inauguração de uma biblioteca de auto-atendimento.

A iniciativa faz parte do projeto Epopéia Literária, do Complexo de Ensino Superior (Cesusc), e tem o objetivo de incentivar o hábito da leitura. A biblioteca consiste em um guichê, montado no terminal, que possui cerca de 200 livros. As pessoas que passam pelo local podem entrar, escolher um livro, preencher uma ficha de controle e levar a publicação para ler no ônibus ou em casa. Não há ninguém controlando os empréstimos nem prazo para devolução. É só entrar e pegar.

- A idéia é desmistificar essa coisa de elite do livro, tornar mais acessível. Falta a descoberta do livro (pelas pessoas) - disse a coordenadora do projeto, Ana Cláudia Oliveira da Silva.

A data de devolução fica a critério de cada um. Segundo Ana, a possibilidade de os livros não serem devolvidos não assusta.

- Se a pessoa levar e demorar, alguém na casa pode se interessar. A idéia é mais fazer com que o livro circule do que fazer com que as pessoas leiam rápido - explicou.

Os livros disponíveis no auto-atendimento foram arrecadados pela biblioteca do Cesusc, como pagamento por atrasos dos associados na devolução. Entre as publicações disponíveis a todos no terminal estão clássicos como O Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos, além de livros mais recentes, como Estação Carandiru, de Drauzio Varella.

http://www.clicrbs.com.br

Biblioteca em borracharia recebe prêmio de incentivo à leitura do MEC

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Na periferia da cidade de Sabará (MG) uma borracharia também é biblioteca. Entre pneus, mangueiras e rodas de carros, estantes nas paredes abrigam mais de sete mil livros na Borrachalioteca de Marcos Túlio Damascena. O local faz mais de 220 empréstimos por mês e recebe crianças e adultos de todas as idades.

Damascena, que é borracheiro, diz que teve a idéia de transformar a oficina em biblioteca há cerca de três anos “a partir do gosto pelos livros e com a vontade de transmitir isso para as pessoas”. Passou então, a juntar revistas e jornais, que antes só estavam à disposição dos clientes, e a oferece-los à comunidade. Com tempo, conta, começou a receber doações de diversos tipos de livros.

Na noite de ontem (30), Damascena foi um dos ganhadores do Prêmio Viva Leitura 2007, que busca incentivar ações de estímulo à leitura no país. Ele recebeu R$ 25 mil da Fundação Santillana, empresa que patrocina o prêmio com apoio do Ministério da Educação e da Cultura. O dinheiro, garante investir na ampliação da Borrachalioteca e em outras ações de incentivo à leitura.

Questionado se a imagem de uma borracharia - que tem funcionários com as mãos sujas de graxa - afastaria os leitores, Damascena avalia que não. “Podem até chegar com esse pensamento mas na hora que conhecem e observam como funciona o projeto dão total valor para a gente”. Segundo o borracheiro, uma das vantagens do iniciativa é o prazo de devolução dos livros - de quinze dias enquanto em uma biblioteca comum o tempo limite é de sete.

Para Damascena, a idéia de fazer uma biblioteca na oficina é uma iniciativa simples para incentivar a leitura na localidade. “São coisas assim que podem modificar a situação da leitura no país”, ressaltou. “A leitura é um prazer que instrui”. Assim como ele, outras duas iniciativas foram premiadas em um evento que teve quase duas mil inscrições de todas as regiões do país.

O prêmio faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura do Ministério da Educação e da Cultura. Além de reconhecer e divulgar ações de estimulo à leitura é meta do plano implantar bibliotecas em todos os municípios do país em dois anos, aumentar o número de livrarias e apoiar o debate e a adoção de mecanismos não restritivos de direitos autorais, entre outras medidas.

Fonte: Agência Brasil
http://www.agenciabrasil.gov.br

Um grande vazio na herança cultural


Em seu livro, Stuart Kelly procura resgatar as obras que, se tivessem permanecido, teriam apontado para novos caminhos

Ubiratan Brasil

Como seria a cultura mundial hoje caso a famosa Biblioteca de Alexandria, considerada o centro cultural do mundo às vésperas da Era Cristã, não tivesse sido destruída há cerca de 1.400 anos? E o que dizer dos clássicos gregos e romanos que não sobreviveram ao tempo? Finalmente, o que mudaria na literatura se fossem terminados os trabalhos eternamente embrionários que seus autores planejaram e desenvolveram, mas nunca chegaram ao ponto de escrever? Tais questões martelaram durante muito tempo a cabeça do escocês Stuart Kelly que saiu à caça das obras que deixaram uma verdadeira lacuna em nossa herança cultural para escrever O Livro dos Livros Perdidos (434 páginas, R$ 54), que a editora Record lança nesta semana.

Como o trabalho teria uma dimensão extraordinária, Kelly se limitou aos clássicos, dos mais antigos aos contemporâneos. Assim, de Shakespeare a Sylvia Plath, de Homero a Hemingway, de Dante a Ezra Pound, ele listou grandes escritores que produziram obras perdidas, incapazes de serem lidas. “Houve muitas perdas lamentáveis, mas, em minha opinião, as mais sentidas foram as tragédias gregas, das quais apenas uma pequena fração chegou aos nossos dias, e a Biblioteca de Alexandria, destruída pelos conquistadores muçulmanos que acreditavam que o Alcorão era o único livro que deveria existir”, comenta o pesquisador.

A lista, na verdade, começou a ser montada quando, aos 15 anos, Kelly descobriu que não havia sobrado nada das obras de Agathon, celebrado dramaturgo e amigo pessoal de Eurípides. Movido pela curiosidade, ele saiu em busca do rastro de outros escritos e logo descobriu uma lista vasta e heterogênea.

Afinal, o primeiro trabalho de Homero (autor de Ilíada e Odisséia) foi supostamente um poema épico com matizes cômicos. Já as memórias do poeta Byron foram destruídas pelo próprio autor. E Flaubert, que sofria de convulsões, além de provavelmente ser epilético, ensaiou escrever uma novela sobre insanidade, mas a idéia ficou aprisionada em sua mente. “A história inteira da literatura era também a história das perdas da literatura”, observa.

Diversas razões podem explicar as perdas. Inicialmente, o material facilmente perecível utilizado pelo homem para armazenar sua cultura: cera, pedra, argila, papiro, papel e até mesmo corda, como é o caso da linguagem peruana dos nós, quipo. “Visto que tem uma dimensão material, a própria literatura compartilha a vulnerabilidade de sua substância”, comenta Kelly. “Todos os elementos conspiram contra ela: o fogo e a água, o ar ressecado que corrompe, a terra argilosa que se decompõe.”

A forma mais simples de perda, no entanto, é a destruição. Kelly lembra que o poeta do século 19 Gerard Manley Hopkins queimou toda a poesia que escrevera quando passou a dedicar sua vida à beleza de Deus. James Joyce atirou ao fogo Stephen Hero, o primeiro esboço de Retrato do Artista Quando Jovem, mas não impediu sua mulher de salvar o que pôde. Mikhail Bakhtin, exilado no Casaquistão, usou seu trabalho sobre Dostoievski como papel para cigarro, depois de ter fumado um exemplar da Bíblia.

Mesmo sem confirmação, há indícios de trabalhos que foram destruídos. É o caso de Sócrates que, quando estava preso aguardando a execução, escreveu versificações das Fábulas de Esopo. Nenhuma delas sobreviveu, restando apenas ecos baseados nos diálogos memorizados e inventados por Platão.

O acaso também colaborou para dizimar a cultura. Stuart Kelly lembra, por exemplo, que uma pasta com os originais de Ultramarino, de Malcolm Lowry, foi roubada do carro do seu editor, e a versão existente teve de ser reconstruída a partir do que foi encontrado nas caixas de anotações de Lowry.

Em muitos casos, o próprio autor morreu antes de concluído o trabalho.Virgílio deixou instruções para que A Eneida fosse queimada, já que não a havia burilado à perfeição. A polícia nazista impediu que o teólogo radical Dietrich Bonhoeffer terminasse sua dissertação sobre ética. O Romance de Dolliver, de Nathaniel Hawthorne, A Barragem de Hermiston, de Robert Louis Stevenson, e Denis Duval, de William Makepeace Thackeray, são lembrados como clássicos incompletos. Kelly observa ainda que Robert Musil e Marcel Proust não conseguiram aperfeiçoar suas volumosas obras-primas.

Finalmente, a categoria dos livros que foram deliberadamente perdidos. Ou seja, idéias e rascunhos abandonados por seus autores, insatisfeitos com o caminho tomado ou simplesmente interessados em outras histórias. A fila remonta à Grécia Antiga. Kelly lembra que Sólon, o legislador ateniense, estava ocupado demais em criar impostos a pôr em versos a história de Atlântida. Já Victor Hugo prometeu mas não escreveu A Quinquengrogne. “Teria sido Gaia, de Thomas Mann, a obra-prima que ele acreditava que seria enquanto ainda não escrita? Teria o jamais escrito Fala, América, de Nabokov, seqüência de suas lembranças (Fala, Memória), revelado mais acerca da composição de Lolita ou de seus trunfos de colecionador de borboletas?”, questiona Kelly. “Esses trabalhos são tão ambiciosos que sua finalização parece intrinsecamente impossível.”

As suposições levam a outro questionamento, cuja resposta é temerário dimensionar: perder-se é a pior coisa que pode acontecer a um livro? Além de, em certos casos, salvaguardar a reputação do autor (se o valor do texto for questionável), a obra perdida torna-se infinitamente mais atraente pelo fato de ser perfeita na imaginação.

Stuart Kelly afirma que, atualmente, é quase impossível acreditar em perda. O avanço tecnológico, que tanto é utilizado para desvendar documentos antes considerados indevassáveis (como os papiros descobertos em Herculaneaum, cidade soterrada em 79 d.C. quando o Vesúvio entrou em erupção), como no serviço de preservação, possibilita ao homem registrar seus passos com segurança. E qual a importância disso? “Ao tentar preservar o que nos torna humanos, provamos nossa própria humanidade”, responde Kelly.

Fonte: O Estado de São Paulo
http://txt.estado.com.br

'Biblioteca do Além' atrai visitantes de cemitério em SP



2,3 mil livros foram distribuídos em frente a cemitério da Zona Sul.
Visitantes tiveram dificuldades para carregar todas as obras escolhidas.

Roney Domingos


Escritores eternizados em livros dividiam espaço – e a atenção de visitantes - com os túmulos do Cemitério São Luís, localizado na periferia da Zona Sul de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (2), Feriado de Finados.

Em uma banca montada sob uma barraca de plástico, a Organização Não-Governamental Educa São Paulo colocou à disposição do público 2,3 mil livros, que podiam ser observados, manuseados, lidos e – enfim – levados gratuitamente pelos interessados.

As opções eram muitas. Era possível escolher entre nobres autores falecidos, como a romancista britânica Agatha Christie e o filósofo Karl Marx e ainda vivos, como o português José Saramago e o brasileiro líder de vendas Paulo Coelho. Quem teve disposição pôde carregar para a estante de casa a Enciclopédia Barsa completa.

Os livros foram doados à ONG por alunos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), igrejas e clubes. "Fizemos essa Biblioteca do Além para trazer cultura às pessoas", afirmou Devanir Amâncio, coordenador da ONG.

Karla Jaine, de 10 anos, e sua amiga, Rafaiane Monteiro, de 9 anos, tiveram certa dificuldade para suportar o peso da coleção de livros de histórias policiais. Mas dizem que adoram os contos da escritora britânica conhecida como Rainha do Crime.

Iris Alves, de 14 anos, foi ao cemitério para ajudar a família a vender flores. Ficou com "O Canto do Rouxinol", livro de poemas de Regina Rosseau. Sua amiga, Jamille, de 15 anos, levou o Atlas Barsa. "Meu irmão pediu" afirmou.

Jefferson, de 10 anos, escolheu duas obras antagônicas, uma voltada para o sonho e outra para a realidade: "Papagaio com rabo de boi e outros desenhos de Caó"e "Receita para a Morte – Cinco histórias policiais", de Nero Blanc. João Lucas, de 10 anos, também. Ficou com "As grandes figuras da Bíblia"e "Casseta e Planeta". "Em casa só tem livro de escola", disse ele.

A barraca de livros atraiu também os adultos. Estudante de História, Silvana de Paula Jesus foi visitar o cemitério e encontrou na barraca montada na porta algumas obras de sociologia e filosofia que não via na biblioteca pública.

A expectativa da ONG Educa São Paulo é que até o final de dezembro, a biblioteca ocupe permanentemente uma das salas de velório do cemitério.

http://g1.globo.com/Noticias/

À caça de um 'faz-tudo', mercado muda nome de profissões famosas

Rachel Silva
rsilva@redegazeta.com.br

Você sabe explicar o que faz um profissional de "key account"? E um "hair designer"? Profissões tradicionais como as de vendedor e cabeleireiro vêm ganhando novos nomes, por razões diversas.

Há quem chame a empregada doméstica de "secretária", o que pode ser um jeito simpático de valorizar essas profissionais, embora as tarefas continuem sendo as mesmas: limpar, lavar, cozinhar e passar.

Por outro lado, há profissões em que o nome muda porque as atribuições são diferentes. Na era da Internet, não é de se estranhar que o bibliotecário passe a ser chamado de "gerente de informações", uma vez que a maioria das empresas possui, hoje, um acervo de documentos e informações que não estão impressas em papel.

Um outro exemplo é a profissão de contador que, antes de ser regulamentada por lei, era chamava de "guarda-livros". Hoje, o termo "contabilista" pode ser usado para profissionais de nível técnico ou superior, mas a categoria tem preferido o título de "profissional da contabilidade". Outros nomes, como auditor, perito ou analista, são utilizados pelos profissionais da Contabilidade que passam por cursos de especialização.

"Eu entendo que a evolução da língua e da própria profissão obriga a encontrar um termo mais adequado para descrever as atividades desenvolvidas", afirma o presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-ES), Paulo Vieira Pinto.

Demanda. Mesmo que as funções continuem as de sempre, as exigências do mercado tendem a aumentar. De acordo com a consultora Maria Rita Sales, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), espera-se dos profissionais uma postura de comprometimento cada vez maior com os resultados da empresa.

"Hoje o profissional, além de elaborar, precisa apresentar, prospectar, avaliar e gerar lucros, isso em todas as profissões. Uma telefonista não deve apenas receber as chamadas de clientes e fornecedores, ela também apresentará em primeira mão a imagem da empresa, fará a abordagem e dará a deixa para o setor comercial alavancar as vendas", explica.

O diretor regional do grupo Catho, Elias Gomes, afirma que a mudança do nomes das profissões quase sempre está relacionada ao aperfeiçoamento da estrutura de gestão das empresas.

"Também há o caso de profissões que não fazem mais sentido, como gerente de informática. Gerente de Tecnologias da Informação é mais abrangente. É claro que, às vezes, a mudança de nome é só para dar um status, mas o profissional não tem a remuneração condizente", diz.

Para quem está em busca de um emprego, essa profusão de nomes pode tornar mais difícil a elaboração do currículo. Como "vender" sua imagem, sem correr o risco de não ser compreendido? Para Elias Gomes, a solução é não se descrever usando o nome do cargo, que, às vezes, não explica bem a função.

Ela é pau-para-toda-obra

Fernanda Soares, 25 anos, secretária executiva

Fernanda Soares tem orgulho em afirmar que é secretária executiva. "A gente fica bem indignada quando é confundida com doméstica, sem querer menosprezar a profissão. Algumas pessoas também confundem o curso com telefonista ou recepcionista", diz. Além de ser professora do curso de Secretariado Executivo do Cesat, Fernanda também é a secretária geral da faculdade. Ela explica que a profissão é regulamentada por lei, há cerca de dez anos, mas que só recentemente as pessoas têm entendido melhor quais são as atribuições de uma secretária – muito além de atender aos telefonemas e de servir cafezinho.

ANÁLISE
Maria Rita Sales

Seja versátil

A s mudanças são fruto de nossas atuais necessidades. Historicamente as pessoas precisam de mudanças, de novidades. No âmbito profissional existem algumas razões relevantes, tais como: novos conhecimentos, evolução da internética, capacidades tecnológicas ampliadas, pela natureza da função que se torna mais complexa e – não deixaria de mencionar – para facilitar a adequação aos regulamentos impostos, exigências da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), da legislação e das premissas da qualidade/certificações a que todas as empresas estão sujeitadas. O novo nome busca melhor traduzir a atual realidade na área. Na área de informática ocorre em função da associação de várias habilidades inclusive as tecnológicas, artísticas e criativas. Conheço algumas empresas que possuem vendedores de segunda categoria, pequenos em visão, mas que têm título no cartão de Gerente de Negócios. Suponho que seja para "melhorar" a prospecção da própria pessoa. O que não adianta muito, não é? O mundo requer dos profissionais maior versatilidade, com background em tecnologia e conhecendo a área de negócio profundamente, além da sintonia com o foco da empresa. Um outro diferencial requerido é a capacidade de estabelecer relações muito boas dentro e fora da empresa.

Quem batalha no mercado deve utilizar o que conhece e não a moda. O selecionador saberá, com certeza, adequar o material à demanda da empresa.

Maria Rita Sales Conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Espírito Santo (ABRH-ES)

"Na maioria dos casos, o melhor é não optar por dizer o seu cargo, mas descrever a área, como exemplo "gestão financeira". Durante a análise curricular, o selecionador, certamente, vai identificar o nível desse profissional, pelo conjunto das informações contidas no currículo", ensina.

Fonte: A Gazeta
http://gazetaonline.globo.com

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Brasil ajuda a criar 1ª biblioteca digital mundial


Unesco lança neste mês protótipo do portal na internet; Biblioteca Nacional, do governo, faz parte do projeto

Roberta Pennafort

Na Antiguidade, a Biblioteca de Alexandria, no Egito, com suas centenas de milhares de papiros, era a guardiã do maior acervo cultural e científico do mundo. Inaugurada em 295 a.C., foi destruída pelo fogo em 272 d.C. por ordem do imperador romano Aureliano.

Na era digital, um projeto da Unesco, a World Digital Library (Biblioteca Digital Mundial), cujo protótipo entra no ar neste mês, tornará tesouros de vários países disponíveis gratuitamente na internet. O portal da WDL terá, na primeira fase, mapas, fotografias e manuscritos digitalizados, tudo com textos explicativos em árabe, chinês, espanhol, inglês, francês, português e russo. Numa segunda fase, será possível consultar livros. Os usuários poderão pesquisar temas como filosofia, história, religião e ciência.

Grandes bibliotecas estão sendo convocadas a colaborar - e a Biblioteca Nacional foi uma das primeiras a aceitar. Já enviou reproduções de mapas e registros fotográficos raros do País no século 19. Oitava maior do planeta e a número um da América Latina, a instituição é parceira-fundadora ao lado das Bibliotecas do Congresso dos EUA, da Rússia, da Coréia do Sul e da Bibliotheca Alexandrina, inaugurada em 2002.

Além de dar acesso a imagens, espera-se do Brasil o cumprimento de uma missão importante: atrair países de língua portuguesa e também de língua espanhola para a empreitada.

PRIMEIRO TESTE

Um protótipo da WDL vai funcionar a partir do dia 17, na 37ª Conferência-Geral da Unesco, em Paris. Será uma oportunidade para mais países aderirem - e para o Brasil fazer sua campanha com os vizinhos latinos e com as nações de língua portuguesa. “A Biblioteca Nacional é a única da América Latina que está participando. Vamos entrar em contato com os países da região, começando por Argentina, Venezuela e Colômbia”, afirma o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré.

A Biblioteca Nacional é considerada um modelo para países emergentes por seu bom padrão de digitalização - o processo de transferir obras para o computador foi iniciado em 2003 e intensificado em 2006. “O nível brasileiro é muito bom”, elogia John Van Oudenaren, coordenador do projeto da Unesco. “Se a Biblioteca Nacional compartilhar o que tem aprendido com bibliotecas de outros países, será um grande passo para aumentar a participação. Não faz sentido fazermos acordos com instituições que não têm capacidade de digitalização.”

Os mais de mil itens que a Biblioteca Nacional vai compartilhar na WDL compõem conjuntos dos mais representativos das Américas. São fotografias do século 19 que fazem parte da coleção Teresa Cristina Maria - doada por d. Pedro II em 1891 e considerada pela Unesco patrimônio da humanidade -, em que se vêem paisagens do Rio, Paraná e Minas. Há também mapas e cartas náuticas dos séculos 16, 17 e 18.

“A idéia é fazer um grande portal da cultura no mundo. Cada país está mandando o que tem de mais precioso”, explica Liana Gomes Amadeo, diretora do Centro de Processos Técnicos da Biblioteca Nacional. Mais detalhes sobre o projeto, cujo investimento não foi divulgado, estão no site www.worlddigitallibrary.org.

O maior acervo digital do mundo, hoje, é o da Biblioteca do Congresso Americano (www.loc.gov), iniciado em 1995, com mais de 7,5 milhões de documentos.

Fonte: O Estado de São Paulo

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Profissional Bibliotecário é tema de documentário Americano


The Hollywood Librarian: A Look at Librarians through Film será o primeiro
longa-metragem a focar o trabalho e a vida dos bibliotecários. Em um contexto divertido e descontraído, o filme trará muitas surpresas para as pessoas que pensam que sabem o que um bibliotecário faz, além de revelar a
diversidade de profissionais existentes nos Estados Unidos e a importância
da profissão para a sociedade.

Acesse o trailer do filme,
www.hollywoo dlibrarian.com

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

É inaugurada a primeira biblioteca gay do Chile


Acabou de ser inaugurada a primeira biblioteca gay do Chile. O local, onde funcionava o antigo Centro de Documentação de Prevenção de Aids, há 7 anos, foi aberto pelos ativistas Juan Pablo Sutherland, Víctor Hugo Robles, conhecido como o Che dos Gays, (foto) e Ricardo López. A "Biblio Gay", teve um aporte do grupo Acciongay e funciona no "Barrio Universitario" em Santiago, de segunda a sexta das 10 às 18:00hs.

http://www.gay1.com.br

6º Concurso de Contos- Biblioteca Leverdógil de Freitas/ IPDAE

A Biblioteca Leverdógil de Freitas está promovendo o 6º Concurso de
Contos.
Segue abaixo o regulamento.

Comissão de Organização- IPDAE
Telefone: (51) 30282049

Regulamento

I- Da inscrição:
1- As inscrições serão realizadas no período de 1º de setembro a 23 de
novembro de 2007.
2- O participante deverá ser maior de 18 anos de idade.
3- Cada participante poderá inscrever no máximo 3 (três) contos
inéditos.
4- Os contos deverão ser entregues em 4 (Quatro) vias, digitados ou
datilografados, não serão aceitas cópias manuscritas.
5- Em cada cópia dos contos deverá constar apenas o título do trabalho
e o pseudônimo.
6- O participante deverá enviar, em separado, uma folha contendo os
seguintes dados:
a) Nome Completo;
b) Endereço completo, incluindo CEP;
c) Telefone para contato e e-mail, se houver;
d) Profissão;
e) Data de nascimento e idade;
f) Título(s) do(s) conto(s);
g) Pseudônimo do participante.
7- Cada conto deverá ter no máximo 3 (três) páginas.
8- Os contos inscritos não serão devolvidos.
9- Os contos deverão ser entregues na sede na sede da Biblioteca
Leverdógil de Freitas, Av. João de Oliveira Remião, 7.193, Parada 18,
Lomba do Pinheiro, Porto Alegre- RS, CEP 91560-000, ou remetidos via
correio, postados até o último dia do período de inscrições.
10- Os contos que não seguirem o regulamento acima estabelecido serão
automaticamente desclassificados.

II- Da seleção:
1- Os contos serão selecionados por uma comissão formada pelos
seguintes profissionais:
- Renée Maciel Nassif
- Juçara Benvenuti
- Tatiane Bandeira
- Vera Medeiros
2- A seleção dos contos será feita no período de 26 de novembro a 07 de
dezembro de 2007.
3- Serão selecionados 10 (dez) contos.
4- Os contos selecionados serão publicados em uma coletânea.
5- Uma vez selecionados, os participantes estarão fazendo a cessão de
diretos de publicação.

III- Da divulgação:
1- O resultado do 6º Concurso de Contos estará disponível a partir do dia
08 de dezembro de 2007, na Biblioteca Leverdógil de Freitas e no site
www.ipdae.org.

IV- Da premiação:
1- A premiação consistirá na entrega de certificados a ser realizado no
dia 14 de dezembro, às 18h, sexta-feira, na sede na Biblioteca Leverdógil
de Freitas.

Fonte CRB10

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

SMC tem oficina de criação textual para cinema e teatro

A Secretaria da Cultura de Porto Alegre promove uma oficina para
quem quer iniciar-se na produção de roteiros A oficina Transcriação das
Idéias: escrita para teatro e cinema será ministrada pelo escritor e diretor
de teatro Hermes Bernardi Junior e pelo poeta, roteirista e diretor de
cinema Muriel Paraboni.

A atividade será realizada na Biblioteca Municipal Josué Guimarães
nos meses de setembro e outubro, às segundas-feiras, das 19h às 21 horas, a
partir de 10 de setembro. A oficina oferece 15 vagas e tem seu último
encontro no dia 29 de outubro.

Durante as oito aulas previstas serão abordadas as particularidades
da escrita para as linguagens do cinema e do teatro através de exercícios
propostos, a fim de desenvolver com os participantes o uso de ferramentas
para viabilizar suas próprias idéias ou adaptar textos escritos em outros
suportes.
As inscrições estarão abertas a partir do dia 27 de agosto na Ilhota
Livros do Centro Municipal de Cultura (Av. Érico Veríssimo, 307), de segunda
à sexta-feira, das 9h às 12h e das 14 às 18 horas, ao valor de R$ 60,00 para
o público em geral e R$ 30,00 para estudantes, professores e maiores de 60
anos, mediante comprovação. Outras informações podem ser obtidas através do
telefone 3289.8072 ou 3289.8073.

Sobre os oficineiros

Além de atuar na área do cinema, Muriel Paraboni estreou na poesia
em 2004 com Ambivalência, escrito em co-autoria com Douglas Dickel. O livro
recebeu o Prêmio Nacional e os Livros de revelação da 50a Feira do Livro de
Porto Alegre. É especialista em produção cinematográfica e em teoria do
teatro contemporâneo, com curso realizado em Cuba.

Hermes Bernardi Junior recebeu o Prêmio Tibicuera de
Teatro 2005, pela dramaturgia original do espetáculo infantil Pé de Sapato
-uma história de muitas histórias, além de ter adaptado a obra de William
Shakespeare, A
Tempestade, que resultou no espetáculo infanto-juvenil Tempestade e
os
mistérios da ilha. É autor, entre outros, do livro Planeta
Caiqueria e Lilliput de sorvete e chocolate. Realiza o projeto de contação
de histórias Terça eu conto pra você! que
tem apresentações marcadas em várias partes do país.

Fonte: CRB10

III Encontro de Arquivos Científicos

Promoção: Fundação Casa de Rui Barbosa/ MINC e
Museu de Astronomia e Ciências Afins/MCT

Coordenação e organização: Arquivo Histórico e
Institucional da Fundação Casa de Rui Barbosa e
Arquivo de História da Ciência do Museu de
Astronomia e Ciências Afins.

Apoio: Associação dos Amigos da Fundação
Casa de Rui Barbosa. Associação Cultural de Amigos do MAST - SAMAST

Local: Auditório da Fundação Casa de Rui Barbosa. Rua São Clemente , 134. Botafogo. Rio de Janeiro

Período: 26 e 27 de setembro de 2007

Investimento: R$ 70,00 (setenta reais) para não sócios da AAB, R$ 50,00 (cinqüenta reais) para sócios da AAB

Inscrições: AAB – Associação dos Arquivistas
Brasileiros. Av. Presidente Vargas, 1733 - sala 903 • CEP: 20.210-030 Centro - Rio de Janeiro

Maiores informações no site da AAB: http://www.aab.org.br/

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mulas viram bibliotecas itinerantes na Venezuela


Uma universidade no interior da Venezuela implementou um projeto inusitado para levar livros e incentivar a leitura em vilarejos remotos do interior: criou bibliotecas itinerantes em mulas, ou “bibliomulas”.

A iniciativa atende comunidades remotas na região do Vale do Momboy, no leste da Venezuela, onde fica a região andina do país.
Pelo menos duas mulas são usadas atualmente no projeto. Elas levam, amarradas ao corpo, porta-livros com títulos diversos, que agradam em cheio principalmente às crianças das cidades nas montanhas.
O projeto tem feito tanto sucesso que a instituição responsável pelo projeto, a Universidade do Vale do Momboy, já está transformando as mulas em “cybermulas”, incorporando elementos eletrônicos como laptops e projetores.

“Espalhando alegria”

O repórter da BBC James Ingham acompanhou uma das viagens das bibliomulas, visitando o vilarejo de Calembe.
A mula partiu de Trujillo, uma das cidades do Vale do Momboy, acompanhada de um guia local e de duas líderes do projeto.
Uma jornada de duas horas por meio de uma trilha seca e empoeirada levou até a vila, onde 23 crianças, alunas de uma escola local, rapidamente se aproximaram da biblioteca de quatro patas.
Em questão de minutos, as líderes do projeto estavam lendo para as crianças alguns dos títulos disponíveis.
“Espalhar a alegria de ler é nosso principal objetivo”, disse Christina Vieras, uma delas. “Mas é mais que isso. Nós estamos ajudando a educar as pessoas sobre coisas importantes, como o meio ambiente. Todas as crianças estão plantando árvores. Qualquer coisa que melhore a qualidade de vida e conecte essas comunidades.”
“É ótimo”, disse empolgado José Castillo, de 12 anos. “Eu adoro ler livros e nós ouvimos umas histórias realmente boas.”

Internet

A equipe do projeto brincou com as crianças, as ouviu ler e lanchou com os adultos de Calembe, discutindo com eles como o projeto pode ser ampliado.
Uma idéia é usar as mulas para transportar remédios, que podem ser tão difíceis de conseguir na região.
“Nós queremos instalar modems sem fio embaixo das bananeiras, para que os moradores dos vilarejos possam usar a internet”, disse Robert Ramirez, coordenador da Rede de Escolas Rurais Empreendedoras da universidade.
“Imagine se as pessoas nas cidadezinhas pobres do vale pudessem mandar e-mails dizendo quantos tomates eles vão precisar na semana que vem, ou quanto salsão.”
“Os fazendeiros poderiam responder, dizendo quanto eles poderiam produzir. Seria misturar ‘localização’ com globalização”, completou.

Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070804_biblioteca_mularg.shtml

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Surge a primeira Biblioteca Digital Aberta da Internet


Espaço democrático e gratuito para a publicação de arquivos digitais, o Cipedya - Biblioteca Digital Aberta - está no ar. A proposta, inédita na internet mundial, foi desenvolvida por um grupo de quatro brasileiros de Brasília e é uma forma independente e organizada de apresentar conteúdo. Quem procura ou pretende disponibilizar dados a uma determinada comunidade ou aos internautas em geral tem nas mãos uma poderosa ferrameta.
Com uma interface simples, qualquer usuário pode inserir documentos no Cipedya. Os arquivos ficam imediatamente disponíveis para buscas e download. Com o portal, professores, estudantes, pesquisadores, palestrantes e curiosos em geral podem publicar textos de todo tipo, apresentações, vídeos e músicas independente do tamanho.
A troca de arquivos e o acesso ao conhecimento postado nessa plataforma acaba com a necessidade do uso de pen drives ou o envio de documentos para listas de e-mails, grupos de discussão e outras formas de interação criadas para associar usuários que tenham interesse comum por determinado assunto ou tema.

O que é

No Cipedya, os documentos são classificados em até 5.126 áreas de especialização, que estão agrupadas em 697 sub-áreas e 97 campos do conhecimento. A Classificação Cipedya foi desenvolvida a partir da tabela de áreas do conhecimento utilizada pelas principais universidades e institutos de pesquisa do Brasil, desenvolvida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
O acervo inicial inclui toda a coleção de Textos para Discussão publicados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -IPEA -, um dos principais centros de estudos e pesquisas na área econômica e de políticas públicas do Brasil. A coleção compreende todos os TDs publicados pelo instituto desde 1976.
A diferença do Cipedya para o outro site colaborativo que já esta na rede, o Wikipédia, é que neste segundo a comunidade colabora incluindo e editando verbetes. Assim, foi construída uma enciclopédia impressionante. Segundo Anderson Araújo, um dos desenvolvedores, no Cipedya a comunidade colabora incluindo documentos digitais de qualquer formato. “No nosso caso, queremos construir uma biblioteca também importante", completa.

Como funciona

Anderson Araújo afirma que "o Cipedya pode ser visto como um YouTube de documentos ou como um Google onde o usuário posta diretamente o conteúdo que deseja ver nos resultados da busca". Assim, se no Youtube os usuários postam e acessam vídeos, no Cipedya os usuários postam e acessam documentos digitais de todos os tipos, que ficam dispostos numa organização semelhante a uma biblioteca, mas com interface semelhante aos buscadores.
O Cipedya se alinha a iniciativas como Movimento Acesso Aberto (Open Acces Iniciative) e Creative Commons , entre outros grupos que defendem uma mudança nos paradigmas tradicionais de difusão do conhecimento nas artes e nas ciências na era digital. O portal também compartilha dos princípios e práticas do que convencionou-se chamar Web 2.0, especialmente no que se refere ao aproveitamento da inteligência coletiva e a vizualização da web como plataforma.

Bibliotecas particulares

Os usuários podem criar ainda uma biblioteca particular e nela incluir documentos de seu interesse. Com isso, por exemplo, professores disponibilizam aos estudantes documentos de um curso, incluindo resumos, apostilas, apresentações ou qualquer outro documento em formato digital.
Acadêmicos e pesquisadores podem ainda publicar seus trabalhos ou resumos mais recentes também fazendo uso de uma biblioteca particular, do departamento, do grupo de pesquisa ou da própria instituição.
A Biblioteca William Shakespeare http://www.cipedya.com/web/Lib/103 e a Biblioteca Paulo Freire http://www.cipedya.com/web/Lib/98 são exemplos de bibliotecas que já existem no Cipedya.
O portal, que está disponível em fase beta desde junho, já inclui em seu acervo as principais obras de domínio público da literatura brasileira (Machado de Assis, Lima Barreto e outros) e raridades como as obras completas de Sigmund Freud, o pai da psicanálise.

Conceito

A Cipedya Tecnologia da Informação pretende aliar o que há de melhor em tecnologia de busca e ferramentas colaborativas para auxiliar as pessoas a trocarem informações de maneira simples e organizada. A iniciativa é genuinamente brasileira e seus realizadores são jovens profissionais que atuam em desenvolvimento de software, comunicação e gestão. Saiba mais: http://www.cipedya.com

*Fonte: Assessoria de Imprensa da Cipedya
Disponível em: http://www.convergenciadigital.com.br

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Alemanha: 60 milhões de livros podem desaparecer


Corrida contra o tempo para recuperar herança cultural germânica


Cerca de 60 milhões de livros das bibliotecas alemãs, mais de 70 por cento do total dos volumes, correm o risco de ser destruídos pelo ácido utilizado no fabrico de papel, alertaram esta terça-feira alguns peritos, noticia a agência Lusa.

Já existem dois processos para retirar o ácido dos livros, mas são ambos caros e têm de ser aplicados a todos os livros editados entre 1840 e 1980, «e por isso o tempo começa a faltar», explicou a directora da Biblioteca Universitária de Hamburgo, Gabriele Beger.

«Estamos sob a ameaça de perder a nossa herança cultural e o conhecimento acumulado ao longo de quase 150 anos», sublinhou também o director do Centro de Conservação de Livros de Leipzig, Manfred Anders, cuja firma inventou um processo de conservação intitulado PaperSave, para retirar o ácido dos preciosos volumes.

O processo consiste em colocar os livros alinhados numa máquina que lhes retira a humidade e depois os impregna com uma solução anti-ácido.

A referida máquina, de grandes dimensões, já está a funcionar há algum tempo, com excelentes resultados, na cave da Livraria Alemã, em Leizpig.

No entanto, a máquina não está em plena laboração porque os custos a suportar pelas bibliotecas para salvar os livros são elevados: conservar cerca de um milhão de livros pelo método PaperSave, por exemplo, custa perto de 15 milhões de Euros.

Obras que marcaram a história

Entre os volumes a precisar de conservação urgente estão originais dos músicos Johannes Brahms e Georg Friedrich Haendel, ou de escritores como Gotthold Ephraim Lessing e Heinrich Heine.

O ácido no papel também não poupa outras existências dos arquivos, como importantes dossiers ou exemplares quase únicos de jornais.

Só um aumento substancial dos subsídios às bibliotecas públicas ou a descoberta de uma nova tecnologia de conservação de livros e jornais mais barata, do que as actualmente existentes, poderia salvar a situação, referiu ainda Zeller.

Só na Biblioteca Nacional da capital alemã há 40 mil jornais antigos a precisar de restauro urgente, que ameaçam desintegrar-se se forem manuseados e deixarem de poder ser utilizados para fins científicos.

Perante este cenário, vários especialistas já fizeram um apelo para uma acção concertada a nível nacional que permita, pelo menos, salvar um exemplar de cada uma das obras em risco de desaparecimento.
Disponível em: (http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=838323&div_id=291)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Open Library - Site quer criar catálogo com todos os livros já escritos


Giles Turnbull

Das prateleiras para o computador?

Um projeto ambicioso para criar um catálogo na internet com todos os livros publicados em todas as línguas - Open Library (Biblioteca Aberta, em tradução livre) - está em andamento nos Estados Unidos.


Os livros a serem incluídos vão desde o Alcorão e clássicos da língua inglesa como As Aventuras de Huckleberry Finn, à moderna série de obras sobre Harry Potter.

Para o chefe da equipe técnica por trás da Open Library, Aaron Swartz, todos os livros já publicados perecisam de uma página na internet, um pouco como uma homepage pessoal.

"Neste momento, se você quiser acessar um livro na rede de computadores, o principal lugar onde as pessoas vão é a Amazon (livraria online). É ruim que um site comercial seja a fonte definitiva para informações sobre livros na internet, então nós queremos ter um site que junte informações de editoras comerciais, críticos, leitores, bibliotecas, de toda a parte", disse ele.

"O site vai se tornar o lugar onde se pode encontrar livros interessantes e informações sobre eles, quer estejam sendo reeditados, fora de catálogo, ou o que seja."

Uma biblioteca assim tem que ser virtual. Nenhum prédio seria grande o suficiente para abrigar todos os livros, nenhum grupo ou governo teria recursos suficientes para construí-lo, ou empregar o número necessário de funcionários. Se a Open Library der certo, tem que ser um espaço virtual, e acessível para todos, como a Wikipédia.

Há alguns anos, a idéia de que pessoas em todo o mundo escrevessem sua própria enciclopédia seria loucura - mas isto não impediu que os fundadores da Wikipédia tocassem o projeto, que acabou sendo um dos mais bem sucedidos na rede de computadores nos últimos anos.

Doações

Para dar a partida no projeto, a Open Library está pedindo a outras bibliotecas que doem seus catálogos. Só isto já apresenta grandes desafios técnicos, pois as informações são armazenadas em formatos e línguas diferentes, e podem vir com suas próprias especificidades, repetições e erros.

O que é importante é manter as informações de uma forma estruturada, para que o banco de dados nos bastidores saiba a diferença entre um autor, um título e uma editora.

"Nós tínhamos que criar este novo tipo de programa de wiki, o que era um desafio empolgante, porque é preciso implantá-lo para que ao invés de só ter um tipo de página que as pessoas possam editar, possamos ter tipos diferentes."

"As pessoas podem editar autores, livros, páginas de texto, e assim por diante. Então há muita coisa nova que precisamos criar. E esta é só a infraestrutura - há ainda muitas coisas para agregar, e dados sobre livros para reunir e organizar para pesquisa."

Se as especificações sobre direitos autorais permitirem, haverá uma cópia do livro para download, ou links para cópias do livro em outros locais (tais como o Projeto Gutenberg para digitalizar trabalhos culturais).

Por enquanto os recursos para ele vem do Arquivo de Internet, um outro projeto sem fins lucrativos que têm o simples objetivo de manter cópias na rede de computadores para as futuras gerações.

Mas a Open Library vai depender de doações em algum momento, e de uma porcentagem na venda de livros de grandes livrarias online.

A obtenção de recursos será mais importante diante da competição comercial. O Projeto de Biblioteca do Google, parte do serviço de busca de livros Google Book Search, tem objetivos semelhantes.

Naturalmente, o Google tem seus próprios interesses comerciais para proteger e investir neles. A abordagem da Open Library é oposta, com seu compromisso de máxima liberdade de informações, permitindo não apenas que qualquer pessoa navegue pelo site, faça busca e leia livros em seu catálogo, mas que também possam reescrever o próprio catálogo no caminho.

Ceticismo

Mas a famosa Biblioteca Britânica em Londres está cética. Stephen Bury, diretor de Coleções Européias e Americanas da instituição, disse: "No curto prazo, eu não acho que vamos mandar a eles uma cópia do nosso catálogo. Nossos recursos são limitados e nós precisamos concentrar nossos esforços em nossos próprios projetos de digitalização."

"Nós sempre apoiamos a digitalização, e quanto mais, melhor. Mas há algum ceticismo sobre se um dia a Open Library pode se tornar um site comercial com anúncios e coisa assim."

Bury não gosta da idéia de permitir que qualquer pessoa possa editar catálogos de bibliotecas.

"Eu acho que é preciso um equilíbrio e algum nível de controle. Pode-se ter gente maliciosamente mudando coisas."

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070801_livrosonline.shtml

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Integração de acervos é tema de seminário realizado no Estado

28/06/2007 - 12:30 | Equipe Portal VIA
Em uma iniciativa das secretarias da Administração e dos Recursos Humanos, da Cultura e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), foi aberto nesta quarta-feira (27) o seminário Políticas de Gestão de Acervos. O evento, realizado em comemoração aos 72 anos do TCE, terá três dias de debates acerca dos sistemas de arquivo do Estado, de bibliotecas públicas e de museus, além de palestras ministradas por profissionais que atuam na preservação histórica e cultural do país.
O secretário substituto da Administração e dos Recursos Humanos, Antonio Kleber de Paula, destacou a importância da preservação e da perpetuação da história e da cultura. “Depende de nós, que vivemos parte do passado recente, transmitirmos aos mais jovens a importância da preservação de dados históricos, políticos e econômicos. Um evento como este, com a grandeza e qualidade a que se propõe, vem em muito boa hora, pois trata da integração de sistemas de preservação e disseminação da cultura”, afirmou Kleber.
“Costumamos ouvir que o povo brasileiro padece pela falta de memória. Pois temos aqui a chance de contribuir bastante para que esta memória não se perca nos anos que virão”, concluiu.
Anfitrião do evento, o presidente do TCE, conselheiro Sandro Pires, destacou que as pessoas ligadas à atividade de memoriais estão numa trincheira em busca daquilo que está inserido no princípio pátrio. “Povo sem cultura e sem memória não tem grandeza para ser chamado de povo”, afirmou Pires.
O conselheiro do TCE enfatizou ainda que apesar dos avanços tecnológicos é preciso lembrar sempre que a mão e a mente do ser humano é algo insubstituível. A secretária da Cultura, Mônica Leal, afirmou que o atual governo trabalha tendo como metas a participação e a parceria em tudo o que faz. “Nosso objetivo maior é o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Estamos aqui para debater o passado, o presente e o futuro”, disse a secretária.
O seminário Políticas de Gestão de Acervos prossegue até sexta-feira com debates sobre os sistemas de arquivos públicos, experiências municipais no setor, políticas de fomento e integração e atuação do TCE-RS, sistemas de informatização em arquivos, bibliotecas e acervos museológicos, além de sistemas de segurança e preservação de acervos.
As informações são do Governo do Estado
http://www.gazetadosul.com.br/default.php?arquivo=_ultimas.php&intIdUltimaNoticia=46415

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Holmes: buscador em Ciências da Informação


Foi criado e implantado pela Profa. Dra. Nanci Oddone (ICI/UFBA) e Ricardo Sodré Andrade(ICI/UFBA). Atualmente faz buscas em 17.400 artigos em 30 periódicos ou repositórios. Para que a busca seja eficiente, é necessário substituir os caracteres acentuados pelo ponto de interrogação (?).
http://www.holmes.feudo.org/

Buscador de Biblioteconomia e Ciências da Informação


Este buscador é específico da área da Biblioteconomia e Ciências da Informação. É possível contribuir voluntariamente! Então, dê sua contribuição!
http://www.google.com/coop/cse?cx=007308898919572736622%3Aza-j7o_cb_g

terça-feira, 5 de junho de 2007

Motor de buscas sensual


A atriz Janina Gavankar interpreta a sensual Ms. Dewey

Paula Cosme Pinto

A Microsoft lançou um motor de buscas interactivo, com uma sexy bibliotecária sempre disponível para ajudar os internautas nas suas pesquisas.
Gostava que uma bibliotecária sensual o ajudasse nas suas pesquisas na Internet? Se lhe agrada a ideia visite o novo motor de busca lançado pela Microsoft e encontre na web tudo o que precisa com a ajuda da sexy Ms. Dewey.
Vestida de preto e com uma pose autoritária, Ms. Dewey é a personagem do «site» de buscas interactivo, que realiza as pesquisas através do Windows LiveSearch. Num cenário futurista, a bibliotecária interpretada pela actriz Janina Gavankar vai dando dicas aos internautas, numa página toda feita em Flash.
Num campo destinado às buscas, os internautas escrevem a palavra que pretendem pesquisar e Ms. Dewey dá em poucos segundos uma extensa lista de «sites» relacionados com o tema. Para cada palavra pesquisada, a impertinente bibliotecária virtual tem reacções diferentes e, na maioria das vezes, um comentário sarcástico a fazer.
As reacções de Ms. Dewey
Se, por exemplo, pesquisar a palavra “arte”, Ms. Dewey vai pintar um quadro com uma pistola de paintball. Se pesquisar por “fotografia”, é bem provável que ela lhe tire uma foto numa máquina polaroid. Quando o utilizador demora muito a escrever, a bibliotecária vai demonstrar a sua impaciência e dar um valente raspanete.
Embora Ms. Dewey seja uma personagem virtual, não é fácil enganá-la. Caso escreva uma palavra que não existe ou com erros ortográficos, ela pode responder algo menos agradável: “não consigo perceber nada… será que estiveste nos copos até tarde?”.
Embora irreverente, o «site» Ms. Dewey ainda apresenta algumas falhas: as buscas só podem ser feitas em inglês e o número de resultados apresentados fica ainda bem abaixo de motores de busca como o Yahoo ou o Google. Uma vez que a página é toda feita em flash, pode demorar uns bons minutos a carregar pelo que, para pesquisas rápidas, Ms. Dewey ainda não é uma boa opção.


Para conferir a matéria: (expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=395581)
Acessar o buscador: (www.msdewey.com)
Veja também o vídeo do YouTube sobre Ms. Dewey: (www.youtube.com/watch?v=vC_sRZtlYYQ&mode=related&search)

A Lei na Prática...sobre a Lei de incentivo a doação de livros para bibliotecas

Lei incentiva doação de livros para bibliotecas
Com a medida, quatro bibliotecas conseguiram renovar seu acervo


Os estudantes de Guarujá ganharam um incentivo a mais para cultivar o hábito da leitura em seu cotidiano. Uma campanha de doação de livros, criada por um dos membros do Legislativo, pretende arrecadar livros, revistas e outras publicações para serem doadas as bibliotecas públicas da Cidade.

A lei de número 3.456, publicada no Diário Oficial na última sexta-feira (18), tem por objetivo repor e renovar o acervo das quatro unidades existentes no Município. De acordo com a lei, a Campanha de Doação de Livros será realizada sempre na primeira semana dos meses de janeiro, maio, setembro e dezembro.

Uma Comissão Interinstitucional de Leitura será criada para realizar uma pré-seleção do material arrecadado. Após a seleção, as obras doadas serão encaminhadas às bibliotecas. O grupo será composto por representantes de bibliotecas, de instituições universitárias de ensino, de instituições públicas de pesquisas, colégios estaduais e dos Conselhos Municipais de Educação e Cultura.

A iniciativa irá beneficiar as bibliotecas Martins Fontes (Rua Quintino Bocaiúva, 183, Centro, Pitangueiras), Geraldo Ferraz (Rua Ceará, s/n°, Pae Cará, Vicente de Carvalho), Biblioteca Inclusiva 1º de Maio (Avenida Adriano Dias dos Santos, 611, Jardim Boa Esperança, Vicente de Carvalho) e a existente no Centro de Atividades Educacionais e Comunitárias (CAEC) André Luiz Gonzalez (Travessa 268, Quadra 77, Morrinho II, no bairro Morrinhos).

De acordo com o coordenador das bibliotecas, professor Pedro Menezes Nascimento, os preparativos para a primeira campanha já estão a todo vapor. Ele lembra que uma ação parecida vem sendo realizada no Município desde 2004. A iniciativa arrecadou 20 mil livros doados pelos munícipes e os distribuiu nas bibliotecas.

Novas bibliotecas

Para este ano, estão previstas as inaugurações de mais três bibliotecas públicas. Quem mora nos bairros Perequê, Enseada e Mar e Céu terá mais facilidade em visitar uma biblioteca. As novas unidades serão instaladas nas escolas Jardim Umuarama (Rua Rio Solimões s/nº, no Perequê), Balneário Cidade Atlântica (Avenida Atlântica, 1516, Enseada) e Escola Municipal Jardim Mar e Céu (Rua José Terto dos Santos Filho, 136, no bairro Mar e Céu).

Aprovado projeto que deduz do IR doação de livros a bibliotecas

Brasília - A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (29), em decisão terminativa, projeto que inclui a dedução de doações de livros a bibliotecas públicas no cálculo do imposto de renda devido por pessoas físicas (PLS 27/05). O projeto é do então senador Roberto Saturnino e foi relatado pelo senador Edison Lobão (DEM-MA).

A matéria já foi votada pela Comissão de Educação (CE), onde também recebeu parecer favorável. O projeto permite a dedução, no imposto de renda da pessoa física (IRPF) apurado, do valor de livros adquiridos pelo contribuinte e doados a bibliotecas públicas até a data-limite de entrega da declaração de ajuste, contanto que comprovadas por recibo da entidade beneficiada e pela nota fiscal correspondente ao livro doado.

O autor defende o projeto, argumentando que quer incentivar e difundir o hábito da leitura no país por meio de dois mecanismos: "facilitação da compra de títulos pelas pessoas de renda média e alta e circulação desses mesmos livros por toda a população nas bibliotecas públicas".

Segundo o relator da matéria, com a aprovação desse projeto e da Lei de Incentivo ao Esporte, que também prevê deduções, no imposto de renda, de contribuições ao setor, chegarão a cinco as hipóteses de dedução do imposto devido, que também estará nesse caso limitada ao teto de 6%. As outras possibilidades já previstas em lei são as contribuições para os fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, para o Programa Nacional de Apoio à Cultura e para incentivo às atividades audiovisuais. Lobão observou que o contribuinte terá, dessa forma, mais uma alternativa para direcionar o uso de parte do IR devido.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Quem é o bibliotecário?


Pintura de Giuseppe Arcimboldo. É a imagem de um bibliotecário feita de uma pilha de livros.

O bibliotecário é um profissional de nível superior que atua no mercado de trabalho
com uma visão ampla e objetiva da sociedade e de seus variados segmentos.

Como administrador e disseminador de informação, habilita-se a adequar métodos
e técnicas de sua profissão às necessidades específicas de seu trabalho, sabendo
valer-se dos melhores recursos da Informática, Reprografia e da Microfilmagem, entre
outros, para agilizar e otimizar suas funções.

O uso instrumental do Marketing, para difundir a importância da leitura e os benefícios
do uso da informação a todos os tipos de usuários e promover a formação cultural do país, são importantes papéis do Bibliotecário, enquanto agente social.

O bibliotecário está habilitado a executar planejamento de serviços bibliotecários,
planejamento físico de bibliotecas e centros de documentação e informação, organização de acervos (bibliográficos ou não), de serviços técnicos e administrativos ligados à documentação, avaliação, assessoria, consultoria, ensino, fiscalização técnica, normalização de documentos, análise de trabalhos técnicos e científicos, organização de bases de dados virtuais, de intranets, de documentação para processos de certificação de qualidade, avaliação de conteúdo da Internet, entre outras.

O bibliotecário é capaz de atuar em qualquer função que vise a organização e obtenção de informações e como gestor da informação e do conhecimento para atender às necessidades de informação da sociedade.

O bibliotecário economiza tempo e recursos para seus clientes, colocando ao seu
alcance informações já selecionadas, precisas e de fundamental importância para o
sucesso das organizações.

Fonte: CRB10

Namoro Rompido (interbibliotecário)

O bibliotecário ao romper seu noivado com a bibliotecária, enviou-lhe a seguinte carta, dando baixa:

Campinas/SP, 30 de junho de 1980.
Ilma. Srta.
Livraria Bibliográfica
Rua da leitura, 025
Biblioteconomia
Ref. - final de empréstimo

Devido aos desdobramentos incorretos de sua parte, sou obrigado a adotar uma nova ficha matriz. Tenho informações que você já deu inicio a uma nova ficha analítica e como não quero ser mais uma remissiva, retiro-me do seu catálogo topográfico, ou em linguagem documentária explicíta, sua biblioteca agradava-me enquanto acesso restrito; quando terceiros se associam pelo livre acesso, obriga-me a dar baixa dos meus empréstimos junto ao seu acervo. Aliás, minhas classificações já não batiam com seu fichário de assunto e a sua notação já ocasionava dificuldades de me localizar em nossa relação. Juro por Dewey, irrecuperávelmente, que nesta estante, jamais voltarei a inventariar. Espero que me desculpe se fui beneficiado com sua obra rara. Quero salientar, também, que a forma de organização de nosso romance não foi própria para as aquisições e perdas que tivemos mas acredito que em nosso intercâmbio, eu não fui a única parte representada. Esqueça nossas bibliografias, mas avise-me sobre nossa margem pendente. Em referência a sua atenção quero desejar-lhe muitos empréstimos favoráveis para que não se torne uma obra encalhada.
Arquive-me desta data em diante nas pastas dos teus recortes. Sem mais, aceite meu termo normalizado de despedida.
Tombo Livro.

(Fernando Modesto) Bibliotecário e Mestre pela PUC-Campinas, Doutor em Comunicações pela ECA/USP e Professor do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP.